sábado, 27 de fevereiro de 2016

A prisão sem muros

A prisão sem muros


A pior coisa é ver as várias faces da vida passando sobre ti como uma sombra e não poder fazer nada.
A estática ficou sendo o teu ponto de equilíbrio ou de perigo.
Ai é quando você começa a contar: um, dois, três, quatro e quantas são as possibilidades de felicidade.
Não dá, não posso, poderia até conseguir, mas não é a hora, não é o momento, não é cabível.

Quanta injustiça homem, logo tu que lutaste tanto pra ser feliz e fazer os outros?
Por que tantas provações e tribulações na tua vida.
É! Talvez seja por que em tempos passados fizesses escolhas erradas, apostasses em quem não devia, foi a tua maior perda, o teu pior investimento, a tua pior decepção, a tua ingenuidade.
Homem por que a culpa, nem ao menos sabias?
O que tu tens agora?
Um trem com destino duvidoso, um vinho barato e solitário aos domingos, uma velha bicicleta?








Levanta-te, toma coragem, sabemos que não tem sido fácil ultimamente.
Nós todos sabemos dos teus esforços das tuas conquistas.
Nós todos sabemos das tuas limitações.
Onde está a tua paixão, onde estão os teus amigos agora?
Ficaram aprisionados?
Não vais fazer nada?
E as pessoas que dependem de ti?
E os vários sorrisos que fizestes.
E as lembranças e os bons dias.
E as várias vidas que marcastes.
Não é hora de perder a identidade, não é hora de se acovardar diante das dificuldades.
Olha! Ouviste falar daquela flor no deserto que sedenta de água, de vida, sustenta-se em meio ao sol?
Sai dessa prisão homem mesmo que ela não tenha muros.


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